House, Patch Adams e tipos de médicos

      Mais uma vez decido que escrever para esse blog é mais importante do que ler sobre Montesquieu e cia. Pois é meus amigos, esse blog acabará funcionando como o maior motivo para o meu fracasso na faculdade, mas estou apenas divagando. Vocês não estão aqui para servir como desculpa do meu possível provável fracasso acadêmico. Abstrações à parte, vamos ao texto que é o motivo pelo qual vocês estão aqui tenho certeza disso. Quem nunca foi para o hospital e ficou frustrado com o tratamento recebido, não digo a análise médica em si, mas como o médico lhe tratou? Falarei sobre esse problema, sobre a série House, o filme Patch Adams e...só.

      Um dos problemas das Ciências Humanas é a chamada distinção ente "Sujeito" e "Objeto", ou seja, aquele que estuda e aquele que é estudado. A questão é que nesses estudos o tema a ser trabalhado é o ser humano, o que é sinônimo de dificuldade por si só.(Não pretendo me alongar sobre isso só quero prepará-los para a questão que pretendo abordar). Isso é um grande empecilho para antropólogos, sociólogos e etc, para ultrapassarmos essa barreira tentamos nos separar do "Objeto", mas não conseguimos totalmente porque também somos humanos (por que eu disse nós? pasmem, também sou um sociólogo). Essa incapacidade de ser completamente objetivo é um dos grandes problemas das Ciências Humanas, e também da Medicina. Médicos interagem com seres humanos, eles sempre estão sujeitos aos péssimos hábitos que constituem um ser humano (mentiras e mentiras).
Esse é o meu ponto, médicos estão tão próximos das pessoas que ficam numa posição em que é quase impossível não se envolver com seu paciente, o que resulta numa escolha. Pensei sobre essa  e conclui que existem apenas duas opções, ou você se torna um médico participativo, um médico que interage de forma intensa com seu paciente, o que pode causar problemas para ambos; ou pode-se optar por ser distante e frio, o que impede o médico de se ferir caso haja algum problema sério com o paciente, mas acaba por causar um certo desconforto ao paciente, desconforto esse que pode ser prejudicial ao paciente de muitas formas. Para representar essas duas possibilidades tenho um filme e uma série.
Primeiramente falarei sobre o Filme Patch Adams, uma película agradável de se assistir. Não sou muito fã do Robin Williams, mas tenho de admitir que ele está muito bem nesse filme. Baseado em fatos reais, essa estória demonstra perfeitamente como um médico que decide se relacionar com seus pacientes deve agir ou não, quantos médicos se vestiriam de anjo ou de palhaço?. Além de demonstrar um médico extremamente afetuoso para com seus pacientes, o filme ainda exibe a batalha moral entre médicos convencionais que decidem por não interagir com os sentimentos dos seus pacientes. Um exemplo perfeito do que estou tentando falar nesse humilde texto. Um bom filme, um ator que realizou um bom trabalho. Imperdível para uns, assistível para outros e impossível de ser assistido para outros. Assistam.

      Do outro lado da moeda temos aqueles médicos que decidiram por ser objetivos e imparciais. Médicos que decidiram que se envolver emocionalmente com seus pacientes pode acabar por influenciar no seu diagnóstico. Infelizmente não posso dar um exemplo baseado em fatos reais, como no caso de Patch, mas ainda assim é um exemplo que se encaixa perfeitamente nesse contexto. Para mim, House é a melhor série dramática da atualidade, por isso sou suspeito para falar (por isso isso esse parágrafo deve ficar maior que o anterior). Apesar de muitos afirmarem que a série se perdeu, discordo veementemente e ainda a assisto com enorme animação, mas a questão não é essa. House é um médico que só pode existir na televisão, sua capacidade mental invejaria até mesmo Sheldon Cooper (The Big Bang Theory, talvez fale sobre algum dia, mas assistam, vale a pena). Enfim, de uma forma totalmente objetiva, House evita de todas as formas fazer qualquer contato com seu paciente ou até mesmo a sua família. Para ele "todo mundo mente", por isso que ele sempre descarta o histórico médico do paciente e investiga ele mesmo, quando digo ele quero dizer sua equipe médica. Curiosamente em muitos dos casos tratados por ele, ele só chega a um diagnóstico quando por algum motivo divino ele acaba por falar com seus pacientes.

      Não quero aqui dizer qual das duas formas é a mais correta, como tudo no mundo elas possuem seus prós e contras. Simplesmente me senti impelido a falar sobre um assunto recorrente na minha sala de aula  e aproveitar para falar de uma série que realmente gosto. Falar de Patch Adams foi um bônus ou não, sei lá.